sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bateste, e entraste"

Bateram-me a porta

Mas á primeira não a abri.

Disse a mim mesmo : “ Não importa”

Ouvi a bater, mas que não, fingi.


Não sabia o que me importunava

Quem me impedia de zombar

A minha cabeça; Já desesperava

De tanto a mim próprio massacrar.


Mais tarde, com o certo delay

Ouvi bater de novo.

Desta vez lá me levantei

E fui ver qual era o alvoroço.


O barulho interrompeu

Mais um golpe que seria;

O eco aqueceu

O meu corpo frio, que ali jazia.


Abri, um pouco maldisposto.

Com timidez proferiu, “posso?”

Sabia lá eu que no futuro, com gosto

Iria criar a meias, algo que era nosso


E não apenas meu,

Como até lá existiu.

A partir desse momento, passou a ser eu

Mais ela, que de mim nunca mais saiu.


Á minha frente, a sua presença

Entupiu-me a alma de sentimento.

Deixou de existir aquela imensa

Solidão que sentia lá dentro.


Este sentimento cresce tanto

Que até deixa de caber.

Para que caiba tenho crescido entretanto

Porque nada disso quero perder…


Abro agora as portas e janelas

E até destruo as construções laterais.

Deixo ao destino as sequelas

Deste conto,para que sejam naturais…


PBB 10/10

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