sábado, 29 de maio de 2010

:s

Oiço uma voz distante
Que se quer acercar...

Mais perto a cada instante
Já não são apenas sons , mas palavras a se formar...

Quando ouvi , achei irritante
- Era só o sono que me vinha agarrar ...

:s Coisa estranha :s

PBB 05/10

domingo, 23 de maio de 2010

O que dizer/o que fazer?

Falta-me a voz no momento chave...

Falta-me a voz , mas palavras ecoam,
chocam , constroem-se , transformam-se
E correm de encontro com o papel.

Ainda há tanto por dizer;
Ainda há tanto por fazer...

Tentar é não parar quando o futuro não tá garantido,
Nem é preciso acreditar talvez,
Basta seguir em frente!
Mas, fica sempre tanto por dizer,
Fica tanto por fazer...

Tanto por dizer
Tanto tanto tanto por fazer,
Tanto mesmo...

Deus me torne mais pequeno
Para que o tempo me pareça menos célere porque

Fica sempre tanto por dizer
Nem imaginam o quanto por fazer...

Fica sempre tudo e
O seguinte é turvo,
É negro?
Será o que será e há-de ser o que há-de ser,
Mas

Sempre sempre , tanto por dizer
Tanto por fazer , tanto...

Deixem-me acabar a frase e não guardá-la mais!

Deixem-me terminar o que comecei para poder ter algo meu!

Mas por mais que se faça;mais que se diga:

Tanto por fazer
Mais ainda por dizer...

Nada dito na verdade
Tempo perdido por ter feito...

PBB 05/10

"todos passamos alheios"

todo o ano passamos alheios
pelo dia da nossa morte:
não tenhas então receios
de que a parca antes te corte
o fio cujos enleios
deram rumo ao teu desnorte:
o fim justifica os meios
e estes atrasam a morte,
não é coisa que me importe:
os anos passados, dei-os,
e o mais que pude gastei-os,
seja esta a ideia forte.
por muito que nos entorte,
todos passamos alheios
pelo dia da nossa morte.

Vasco Graça Moura - 1996
in "Magusto Poético"

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Apelozito...

ACABA CICLO!ÉS MERDA!!!!!!

Agora aquilo que me fazia passar noites em branco
Também me torna os dia negros...

Por favor já chega...

Duvidazita...

Compensa ser como se pensa
Ou pensar apenas que compensa
Ser simplesmente?

Gostava de saber(coisas minhas)

PBB 05/10

sábado, 15 de maio de 2010

A pouco e pouco...

Acabo sempre por fazer o já feito,
Rejeitando o que realmente importa;
Por minha pena, é a esta atitude que me sujeito
Que de tão natural, devo ser o unico que não nota.

Pouco a pouco vou lá...

Fosse tudo tão fácil como este MP3
Que me entretem neste morto tempo:
- Era so fazer como Deus não fez
E pressionar rewind a todo o momento.

Pouco a pouco vou lá...

Quero voltar!Mas sei que não posso,
Por isso , ao menos que aprendesse com os erros,
Para, não mais forçar a queda num fosso,
Onde cada vez mais fundo me enterro...

Pouco a pouco vou lá...

É triste estar triste
Sem sequer saber o que nos entristece.
É uma tristeza persistente que insiste
Constantemente em acomodar-se ao stress...

A pouco e pouco lá vou...

Espero é conseguir lá chegar!

PBB 05/10

Em cena

Tanto o tédio como o cansaço
Têm lugar cativo na plateia da minha vida.
São os que mais aplaudem aquilo que faço,
E são os ultimos a levantar-se na hora da saída...

E a peça dura, dura, dura.
Dura que se farta...

Se calhar até estão fartos,
Pois um dorme e o outro boceja;
De tão volumptuosos, bloqueiam dos actos
A visão , e não há mais ninguem que os veja...

E a peça dura, dura, dura.
Dura que se farta...

Com uma caixa torácica
Fora do normal,
Por vezes assobiam á não tão mediática
Prestação de quem no palco faz tal.

E a peça dura, dura, dura.
Dura que se farta...

De tão irritado , o actor
Muitas vezes abandona a cena,
Interrompendo até cenas de amor,
Que não voltam mais, para sua pena...

E a peça dura, dura, dura.
Dura que se farta...

Interromper de vez?
Nunca!Apenas me ausento
Por pouco tempo , por isso se vê
Que logo logo me apresento!

E esta peça dura, dura, dura.
Dura que se farta...

Então que dure!
Que seja repetidamente aperfeiçoada!
Que a minha insatisfação inaugure,
No fim, um inicio de cara lavada!!

E que dure , dure, dure.
Que dure que se farte!

PBB 05/10

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Duplo Ser

O vento faz ondular
As vestes da minha máscara,
Que ondulam desenfreadas e acabam por mostrar
O tom negro da minha pele e a sua propriedade áspera...

Tenho dupla personna,
(Mas sou sempre eu mesmo!):
- Um deles só vem quando se ensona
O mais forte, o mestre, o supremo.

Sou o maior, tudo consigo!
Sou forte por necessidade
E por obrigação, porque persigo
Um bem maior( que eu até) , na verdade!

Tenho medo, não tenho coragem!
A condecoração lá está a espera
E os homens são apenas aquilo que fazem.
(Talvez, ás vezes, já nada é como era)...

Dependem-se , e quando um descansa
O outro toma o seu lugar.
Será que quem espera sempre alcança,
Ou morrerá a desesperar??

Então cá esperamos!
(Correndo o risco de ser tomado por louco!)
Somos 2 agora, mas vamos
- Nos tornando 1 pouco a pouco...

PBB 05/10

Pequeno

Um rasgo lembra-me da
Mortalidade da minha alma!
Apesar da felicidade não ser dada,
Temos de a procurar achar com calma...

Só assim a poderemos usufruir,
Só assim se deve viver,
Só assim queria eu usufruí-la
Se ainda a encontrar em vida...

PBB 05/10

domingo, 2 de maio de 2010

MAGRITTE

parto pela porta antes que venha a tropa

pela porta o rapto
pela porta o parto

optar pelo trapo
é topar o prato
na porta

Alexandre O´Neill in
"Anos 70,poemas dispersos"

sábado, 1 de maio de 2010

Gramática da vida.

A vida é feita para ser vivida.
Ponto.
Mas para vivê-la são necessários dois pontos:
- Descansar nas vírgulas,
- ponderar quando se lhe junta um ponto;
- cismar nas reticências...
A gramática da vida está repleta de reticências...

São - O suspense, o sonho da vida!
O sonho suspenso até se sonhar de novo!
A vida, uma gramática aplicada a vivê-la,
Onde não se aprende realmente na teoria, por pena,
Para nosso azar, por vezes, é mesmo na prática,
Com frequência obrigatória e nota definitiva...

PBB 04/10