sexta-feira, 2 de abril de 2010

Desperdicios...

Penso que desperdicei
Mais um dia desta vida...
As horas esfumam-se, e não dei
ao facto pendente, a importância devida.

Entre grandes obras e epopeias,
Vagueio enquanto sonho.
E faço intenções de não serem meias
Tentativas, pois com dedicação,á arte me proponho.

As vozes surgem , e como sei lhes respondo.
Uma pressão empurra o grosso para fora
Escrevo o que me é importante(só escondo
O que de mais intimo em mim aflora).
Penso pouco e escrevo sem imaginação
As imagens saiem, vindas dum projector
Que desenha em contornos de carvão
O puro retrato duma alma,duma crónico sofredor

E nesse retrato, a tela praticamente vazia
Porque pinto e apago.
Nesta história nunca imaginaria
Um presente(um futuro) assim , tão fraco e tão vago...

E queria fazer o bom,
Ser pai duma clara imagem,
Que da minha letra saissem sons
Da vida, de viagens,da aragem...

Enquanto a perfeição não se consegue
Prossigo a minha busca,
Busco todos os pormenores como quem segue
As histórias excitantes,duma vizinha nossa, cusca...

É engraçado como sai a minha escrita
Num momento de inspiração nula -
A rima não sai de jeito;a maldita
Diante de mim, a gozar, dum lado pó outro pula!

Pulou , fugiu , já não a alcanço...
Nem que corresse(o que não me apetece);
O emaranhado de vozes já se encontra manso,
E agora posso descansar sem stress...

E descanso, descansado
Pois:
- Sei, que se , sonhar sentimentos surreais
As palavras apeiam-se perante passagens "periferiais"
Que criam cenas em cadernos,banais...

PBB 02/10

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